Quinta-feira, 23 de outubro de 2009 - Pesquisa do Instituto Análise constatou que os evangélicos, embora em menor número, doam mais recursos às suas igrejas do que os católicos, que são maioria no país. A cada mês, igrejas evangélicas brasileiras recolhem 1,03 bilhão de reais (cerca de 625 milhões de dólares), enquanto a Igreja Católica arrecada 680,5 mil reais em doações.
O caixa das igrejas pentecostais e neopentecostais, bancado pelas doações, reforça politicamente o grupo evangélico. “Parte desse dinheiro é usada para financiar campanhas. A tendência é essa influência aumentar. Os evangélicos estão se capitalizando mais ao longo dos anos”, disse o diretor do Instituto Análise, Alberto Carlos Almeida, em entrevista para O Estado de São Paulo.
A pesquisa surpreendeu os analistas do Instituto, porque os pentecostais e neopentecostais, embora com uma renda menor que católicos, contribuem mais para suas igrejas, estão mais dispostos a doar.
Cada fiel desses dois segmentos doa, em média, 31,48 reais, mais que o dobro da doação mensal média de um católico, que fica em 14,01 reais. Os evangélicos históricos – luteranos, metodistas, batistas, presbiterianos – doam, em média, 36,03 reais, o que dá um faturamento mensal de 432,5 mil reais às igrejas.
O estudo mostrou que 60% dos brasileiros contribuem com alguma quantia para sua igreja. Na média mensal, as igrejas pentecostais e neopentecostais arrecadam 599 milhões de reais e as históricas 432,5 milhões de reais.
Na avaliação do diretor do Análise, o catolicismo pede dinheiro envergonhadamente, o que não acontece com os pastores das igrejas neopentecostais, defensores, inclusive, da teologia da prosperidade – quanto mais o fiel doa à igreja, maior será a recompensa de Deus.
“Hoje, no Brasil, vejo uma disputa por hegemonia entre a Igreja Católica e os evangélicos. A grande diferença é que os evangélicos são fragmentados. O dinheiro vai picadinho para várias igrejas”, analisou Carlos Alberto.
